VÁRZEA ALEGRE E A MÍSTICA DE PAPAI RAIMUNDO - por George Ney
É muito natural e até bacana
perceber que de alguma forma, mesmo que inconsciente, criamos determinados
símbolos que nos identificam. Para nós varzealegrenses um desses ícones é a
figura do patriarca Papai Raimundo. Esse personagem se tornou em algum momento
de nossa história tão emblemático que tendemos a pensar nele como único
povoador de nossa Várzea Alegre. Apesar da grande influência exercida por ele
dentre seus familiares e agregados tentarei mostrar a seguir que deveremos
também creditar esse povoamento a outros tantos que aqui chegaram...
Segundo abalizados pesquisadores
é das primeiras décadas do século XVIII o período que podemos considerar como
de fixação sistemática do homem branco àquelas plagas.
De fato, receberam por esse
período terras naquela ribeira os já afamados e propalados portugueses Bernardo
Duarte Pinheiro e seu irmão Agostinho. Essas concessões de terra datam do ano
de 1717 e a
última de 1723, todas elas medindo 3 léguas cada uma, e uma delas tirada em
parceria com o amigo Vasco da Cunha Pereira.
Necessário também dizer a esse
ponto que é falsa a impressão de serem estes os únicos a fixarem-se ali; pelo
mesmo período, vários e vários outros tomaram posse em glebas vizinhas. Prova
disso é que promoveram-se diversos casamentos entre a primeira linhagem de
descendentes dos dois irmãos com as famílias dos Ferreira Rios, Sousa
Nogueira, Correia
Lima, Leitão
Arnoso, Morais
Rego, Dias
Quaresma, Pinheiro
Torres, Oliveira
Campos, Lobo
de Sousa etc.
Idéia também na qual tivemos
novas luzes é a que diz ter Agostinho doado sua terra a seus dois filhos e
voltado a Portugal. Agostinho deixou aqui vasta prole de pelo menos 8 (oito)
filhos e filhas, contando entre esses o início de importantes linhagens de
famílias icoenses.
Bem mais expressiva, claro, é a
descendência em nosso torrão natal de Bernardo, casado que foi com a
pernambucana Ana Maria Bezerra, pais de pelo menos 12 (doze) filhos e filhas,
dentre os quais podemos mencionar o Alferes Francisco Duarte Bezerra, que com
sua mulher Bárbara
Vieira da Rocha, filha do piauiense Gabriel de Morais Rego e de Catarina
Pereira de Almeida, originaram dentre outros o não menos célebre Raimundo
Duarte Bezerra (Papai Raimundo).
É pois na continuidade das gerações de
Bernardo-Ana, com cerca de 60 netos, e Gabriel-Catarina, com cerca de 50 netos,
110 ao todo portanto, incluindo Papai Raimundo, e também de outros primitivos
povoadores daquela querida região que devemos procurar, com grandes chances de
acertar, nossas verdadeiras raízes cearenses. Esta a explicação sucinta de
nossas origens.
Os Ferreira Rios são descendentes do Português Bento Ferreira Lima ? que era morador na Freguesia do Icó e casado com JOANA MARIA, Filha de Bernardo Duarte Pinheiro e de Ana Maria Bezerra
ResponderExcluirHá alguma evidência sobre alguma origem judia, ou cristãos novos, por parte de Bernardo/Ana e Gabriel/ Catarina?
ResponderExcluir