Cronologia varzealegrense



1717

22 de fevereiro

Registro da data e Sesmaria do Alf. Bernardo Duarte Pinheiro, de uma sorte de terra de tres leguas, e os olhos d’agua que confrontão com o riacho da Caycara Concedida pello Cap. Mor Manoel da Fonseca Jayme, em 22 de fevereiro de 1717, das paginas 46v. a 47 do Livro nº. 8 das Sesmarias.

Registro da Datta e Sismaria do Alf. Bernardo Duarte Pinho

Snor. Cappitam maior, e governador. Diz Bernardo Duarte Pinho que elle tem descuberto dois olhos de agoa, que confrontão com o Riacho da Cayçara, terras do Alf. Lourenço Alz. os quais olhos de agoa correm do Sul para o norte, e porque nellas há capacidade para se criarem gados, e estes estejão devolutos, por tanto. Pede a V. M. Seja servido concederlhes com tres Legoas de terra de Comprido, e hua de Largo para cada banda entrando nellas húa Lagoa chamada o curihuzinho e Recebera merce Despo informe o escrivão das Dattas fortaleza vinte e dois de fevereyro de mil e Settecentos e dezasette com Rubrica // Informação // Senhor maior. As terras que o Supplicante pede não estão ainda dadas, salvo se sepedirão por diverço nome V. M. mandará o que for Servido. fortaleza vinte e dois de fevero de mil e settecentos e dezasette Manoel Coelho de Lemos // Despo Vista a informação se lhe passe Carta de Datta. fortaleza vinte e tres de fevero de mil e settecentos e desasette annos Com Rubrica // Carta // Manoel da Fonseca Jayme Cap. maior da Capitania do Seará grande, e Governador da fortaleza de N. Snra da Asumpção por sua Magestade que DE. guarde etta Fço saber aos que esta carta de Datta e Sismaria virem, que por quanto me Reprezentou a dizer o Alf. Bernardo Duarte Pinheyro em sua petição que elle tem descuberto dois olhos de Agoa, que confrontão com o Riacho Cayçara, terras do Alf. Lourenço Alz. os quais olhos de agoa correm do Sul pa o norte, e porque nellas há capacidade para se criarem gados, e estes estejão devolutos, por tanto me pedi foçe Servido concederlhos em nome de sua Magestade que DE. guarde com três Legoas de terras de Comprido e húa de Largo para cada banda, entrando nellas hua Lagoa chamada Carihuzinho, para Sy e seus erdeiros accendentes e desendentes: o que hey por bem de conceder, como pella prezente o faço, em nome de sua Magestade que DE. guarde a terra que o Supplicante pede e confrontão em sua petição não prejudicando a terceyro, a qual terra lhe dou, e concedo, com todas as agoas campos, mattos, testadas Logradouros, e mais uteis, que nellas se acharem, da qual pagará dizimo a DE. guardando em tudo as ordens de Sua Magestade e por ellas dará caminhos Livres ao Concelho, para pontes fontes e pedreiras: pello que ordeno aos Ministros da fazenda e Justa a quem esta minha Carta de Datta e Sismaria for aprezentada, a quem deva, e haja de pertencer, lhe dem posse Real affectiva, e actual na forma custumada que para firmeza da qual lhe mandey passar a prezente por mim asignada e Sellada com o Signete de minhas armas, a qual se guardará e Comprirá tão pontual e inteiramente como nella se Contem sem duvida embargo ou contradição algúa, e se Rezistará nos Livros do Rezistro das Dattas deste governo. Dada e passada neste citio da fortaleza de N. Senhora da Asumpção aos vinte e tres de fevro de mil e Setecentos e dezasette annos, E eu, Manoel Coelho de Lemos escrivão das Dattas a fiz Manoel da Fonseca Jayme. estava com o Sello. Carta de Datta e Sismaria pella qual V. M. houve por bem conceder ao Alf. Bernardo Duarte Pinheyro a terra que pede e confronta em sua petição pellos Respeitos a Sima declarados pa V. M. ver. e não continha em Sy mais a ditta Datta, que eu bem e fielmente tresladey em fe do que me asigney.
 Manoel Coelho de Lemos

Registro da data e sesmaria do Cap. Augustinho Duarte Pinheiro, Vasco da Cunha Pereira e o Alf. Bernardo Duarte Pinheiro, de uma sorte de terra de tres leguas, nas quais existe umas lagoas que desagoão no rio Salgado, abaixo do Boqueirão, concedida pelo Cap. Mor Manoel da Fonseca Jayme, em 22 de fevereiro de 1717, das paginas 50v. a 51 do Livro nº. 8 das Sesmarias.

Registro da Datta e Sismaria do Capitam Augustinho Duarte Pinhro Vasco da Cunha Pra e o Alf. Bernardo Duarte Pinheyro.

Snor. Cappitam Maior. Dizem o Capitam Augo Duarte Pinhro Vasco da Cunha Pra e o Alf. Bernardo Duarte Pinhro que elles tem seus gados assim vacuns como cavallares, e necissitão de terra pa os poderem a Cituar e porque tem descuberto huns Citios de terras, dos quais estão de posse ha dois annos, tendo os já povoados Com seus gados, nas quais terras ha huas Lagoas que desagoão no Rio Salgado, a baixo do boqueirão, a qual Lagoa se chama por Lingoa do gentio corô, e outra Peripery Gyarocom, e hum Riacho carunhata, e a Lagoa do ampoty; pello que pedem a V. M. Seja servido concederlhes em nome de sua Magestade que DE. guarde três Legoas de Comprido a Cada hum delles Supplicantes e hua de Largo pa cada banda começando dabra da Serra pa Sima, que Corre do nascente pa o Poente, conquistando Com o Caribu e Receberão merce Despxo Informe o escrivão das Dattas. Fortaleza vinte e dois de Fevro de mil e settecentos e dezasete. com Rubrica // Informação // Snor. Cappitam Maior e Governador as terras que os Supplicantes pedem não estão ainda dadas, Salvo se pedirão por diverço nome: V. M. mandara o que for Servido Fortaleza vinte e tres de Fevro de mil e setecentos e dezasette. Manoel Coelho de Lemos. Segundo despaxo. Vista a informação se lhe passe Carta. Fortaleza vinte e tres de Fevro de mil e settecentos e desasette. Rubrica
CARTA

Hey por bem de Concederlhes, como pella prezente o faço, em nome de sua Magestade que DE. guarde as terras que os Suplicantes pedem e Confrontão em sua peticão, não prejudicando a terceyro, as quais terras lhes dou e Concedo, pa suas Criaçoins com todas as suas agoas Campos mattos testadas Logradouros e mais uteis que nellas ouverem, das quais pagarão dizimo a DE., guardando em tudo as ordens de sua Magestade que DE. guarde, e por ellas darão caminhos Livres ao Conselho pa fontes pontes e pedreiras: pello que ordeno a todos os Ministros da fazenda e Justa a quem esta minha Carta de Datta e Sismaria for aprezentada, a quem deva e haja de pertencer, lhe dem posse Real affectiva e actual na forma Custumada, que pa firmeza da qual lhe mandey passar a prezente por mim asignada, e Sellada com o Signette de minhas armas, a qual se guardará e Comprirá tão pontual e inteiramente como nella se Contem sem duvida embargo ou Contradição algua, e se Rezistará nos Livros dos Registros desta Cappitania. Dada neste Citio da Fortaleza de N. Senra da Asumpção; aos vinte e tres de Fevro E eu Manoel Coelho de Lemos escrivam das Dattas a fis anno de mil e settecentos e dezasette estava com o Sello. Manoel da Fonseca Jayme. Carta de Datta e Sismaria pela qual V. M. houve por bem de Conceder ao Capitam Augo Duarte Pinheyro e mais incluzos as terras que pedem e Confrontão em sua petição pellos Respeitos a sima declarados, pa V. M. ver. E não continha mais a dita Datta que tresladey bem e fielmente do proprio original enfe do que me asigney.
Manoel Coelho de Lemos

[Datas de Sesmarias, v. 10. Fortaleza, Typographia Gadelha, 1926]
Registro da data e Sesmaria do tenente-coronel Bernardo Duarte Pinheiro e Bernardo Duarte, de uma sorte de terra de tres legoas, para cada um, no Riacho da Caisaará, concedida pelo Cap. Mór Manoel Francez, em 18 de novembro de 1723, das paginas 70v. a 71 do Livro nº. 10 das Sesmarias.

Rezisto de data e sismaria do thenente Cel. Bernardo Duarte Pinheiro, e Bernardo Duarte.

Manoel Françes Cap. Mayor da Capitania do Ciara grande, a cujo cargo está o governo della por sua Magestade que Deos guarde ett.a Fasso saber aos que esta minha carta de data e sismaria, virem que a mim me Representaram a dizer em sua petiçam por escrito o thenente Cel. Bernardo Duarte Pinheiro, e Bernardo Duarte,cujo theor hé o seguinte; Diz o thenente coronel Bernardo Duarte Pinheiro, e Bernardo Duarte, moradores nesta capitania, que elles tem seus gados, vacuns e Cavallares, e não tem terras em que os possam acomodar, e de prezente descubriram, nas Ilhargas de húa data que tem o capitam Agostinho Duarte, e Vasco Pereira, no Riacho chamado da Cahissára da parte do norte, algúa terra que está devoluta e desaproveitada, em que elles se podem acomodar, por tanto; Pedem a vossa mercê lhe faça mercê conceder em nome de sua Magestade que Deos guarde tres Legoas de terra de Comprido e cada hum com húa de largo comessando donde comessa a data do Capitam Agostinho Duarte Seguindo o mesmo Rumo della na Ilharga da parte do norte, p.a elles e seus erdeiros asendentes, e dessendentes, no que Recebera mercê // Despacho // Informe o escrivão das datas, Fortaleza dezoito de novembro de mil e setesentos e vinte e tres annos // Rubrica // Informaçam, Senhor Capitam Mayor, como as terras que os suplicantes pedem Reprezentam estarem devolutas, e desaproveitadas e nunca foram dadas a outrem, vossa mercê lhe deve defirir, Fortaleza dezoito de novembro de mil e setesentos e vinte e tres annos // Simão Gonçalves de Souza // Despacho // Vista a informaçam conçedo ao Suplicantes as terras que pedem em nome de sua Magestade que Deos guarde não prejudicando a tersseiro, e se lhe passe carta, Fortaleza dezoito de novembro de mil e setesentos e vinte e tres annos // Rubrica // o que visto por mim seu Requerimento; Hey por bem de conçeder como pella prezente o fasso em nome de sua Magestade as seis Legoas de terra, como os Suplicantes pedem, e Confrontam em sua petiçam não prejudicando a tersseiro, p.a elles, e seus erdeiros, asendentes e dessendentes, com todas as suas agoas, campos, mattos, testadas, Logradouros que nellas ouverem das quais pagaram dizimo a Deos dos frutos que nellas ouver guardando em tudo as ordens de sua Magestade, e por ellas daram Caminhos Livres, ao Conselho, p.a fontes, pontes, e pedreiras; Pello que ordeno a todos os ofeciais e Menistros da fazenda e Justissa a quem esta minha carta de data, e sismaria, deva e haja de pertencer, lhe dem posse Real afectiva, e actual na forma custumada, e por firmeza de tudo lhe mandey passar a presente por mim asignada, esellada como Signete de minhas armas, que se guardará e Cumprirá, tam pontual e inteiramente como nella se contem, sem duvida, embargo, ou contradiçam alguma e se Rezistara nos Livros das datas deste governo, e nos mais a que tocar; Dada nesta Fortaleza de nossa Senhora da Sumpçam aos dezoito dias do mes de novembro de mil e seteçentos e vinte e tres annos, e eu Simão Gonçalves de Souza, escrivão das datas a Rezistey // estava o sello // Manoel Françes //
(assignado)
Simão Gls. de Souza

[Datas de Sesmarias, v. 11. Fortaleza, Typographia Gadelha, 1926]


1768

23 de novembro

Já havia falecido Bernardo Duarte Pinheiro, sesmeiro, a 23 de novembro de 1768, pois nesta data Ana Maria Bezerra, sua esposa, mandou celebrar missa em propósito de sua alma na igreja Matriz de Nossa Senhora da Expectação do Icó. Celebrante o Cura de Icó Domingos Salgado.
[Cúria Diocesana de Iguatu]


1775

11 de novembro

Nesta data foi batizado o párvulo Manoel, filho do Alferes Francisco Duarte Bezerra e de Bárbara Vieira da Rocha, neto pelo flanco paterno do sesmeiro Ten.-cel. Bernardo Duarte Pinheiro e D. Ana Maria Bezerra, por via materna neto do piauiense Cap. Gabriel de Morais Rego e de D. Catarina Pereira de Almeida. Manoel, pelo que observa-se, é irmão de Papai Raimundo, e depois será congominado "Velho Morais" - patriarca de vasta prole povoadora do território varzealegrense.

[Cúria Diocesana de Iguatu]

1805


25 de agosto

Nesta data celebrou-se o batizado da menina Ana, aquela que viria a ser depois a segunda esposa de Papai Raimundo. Nascida, portanto, cerca de 40 anos após seu esposo.


Transcrição para a grafia atual:


"Aos vinte e cinco dias do mês de agosto de mil oitocentos e cinco [25.08.1805] o Reverendo Francisco Roberto, na Capela de Santo Antônio (digo) São Caetano, batizou sem Santos Óleos a inocente Ana, nascida em vinte e dois de julho do dito ano [22.07.1805], filha legítima do Tenente Antônio Correia de Lima e Damiana de Passos Rego, ignoram os avós. Foram padrinhos Pedro Fernandes Galvão e sua mulher Ana de Passos Rego, moradores todos em São Caetano, e para constar mandei lavrar este assento que assino


Manoel Felipe Gonçalves"

1857

28 de fevereiro

Declaração feita por Joaquim Alves Bezerra, filho de Papai Raimundo, relativa ao patrimônio de São Raimundo Nonato.


"Eu, abaixo assinado, como administrador do glorioso São Raimundo, declaro que meu Santo possui quatrocentas (400) braças de terra de patrimônio no sítio Várzea Alegre, extremando da parte do Nascente com terras de José Bezerra da Costa, ao Poente com João Alves Bezerra, ao Sul com Joaquim Alves Bezerra, ao Norte com Antônio Duarte Bezerra.

Lavras, 28 de fevereiro de 1857
Joaquim Alves Bezerra
Conferido e registado, do que pagou 50 réis

Lavras, 4 de março de 1857
O Vigário Luís Antônio Marques da Silva Guimarães

[APEC]

28 de julho



"São lidos e julgados objetos de deliberação e mandados imprimir os seguintes projetos:
(...)
Nº. 12 - A assembleia legislativa provincial do Ceará resolve:
Art 1º. Ficam criadas cadeiras do ensino primário para o sexo masculino na povoação de S. Raimundo da Várzea Alegre nas Lavras, no Quixadá de Quixeramobim, na Venda do município do Icó (...)"
(...)
[Pedro II, nº. 1705, 28 jul. 1857, p. 3]


1860

19 de julho


Argumenta o Sr. Mendes Guimarães ao presidente do poder legislativo em sessão ordinária neste dia [19.07.1860]:



"Tendo, senhor presidente, de apresentar também à consideração da casa uma emenda transferindo o distrito de paz da povoação de S. Caetano para a da Várzea Alegre, termo das Lavras, direi por esta razão suscintamente algumas palavras.
O distrito de S. Caetano vai sem contestação em uma grande decadência, é um antigo povoado, mas que todos sabem tem perdido completamente de sua importância ao passo que a povoação da Várzea Alegre é talvez a mais importante das povoações n'esta província.
Tem um grande comércio, alimentado pela muita população que ali já existe, e no meio do qual conta-se não pequeno número de pessoas capazes de bem desempenharem aquelas funções, que terão de exercer pela criação do distrito de paz."


Finalmente assegura:


"Várzea Alegre é superior em tudo a S. Caetano."


Vai à mesa e apoia-se o seguinte artigo aditivo:

<<Fica transferido o distrito de S. Caetano para a povoação da Várzea Alegre na vila das Lavras. Mendes Guimarães.>>
[Pedro II, nº. 2048, 21 jul. 1860, p. 2]


1861

11 de maio


Segundo portaria:


"O presidente da província em virtude do art. 2 da resolução provincial n°. 900 de 11 de agosto de 1859; remove a bem do serviço público os professores Raimundo Nonato Pontes Pereira e José Sismundo Batista Xenofonte, aquele da cadeira do ensino primário de Santana do Brejo Grande, para a cadeira do mesmo ensino na Várzea Alegre no termo das Lavras, e este para a de Santana, assim como marca a cada um dos referidos professores o prazo de dois meses afim de que dentro dele tomem posse das referidas cadeiras, de conformidade com o que determina o art. 5º. da citada lei: o que se comunicará a quem competir."
[Pedro II, nº. 117, 23 mai. 1861, p. 2]

O professor Raimundo Nonato de Pontes Pereira viria a casar-se com uma neta de Papai Raimundo, a senhora D. Teresa de Jesus Maria (Dondon), filha esta do Major Joaquim Alves Bezerra e de Antônia Correia Lima. O casal retromencionado gerou, dentre outros, Amélia Máximo de Pontes (a esposa de Francisco Moreira de Carvalho Pimpim - Major Pimpim). Vejamos abaixo uma breve relação da prole do professor Raimundo Nonato e de D. Teresa:


1.Maria [*18.01.1866] [~23.01.1866]
2.José [*10.06.1867] [~23.06.1867]
3.Sérgio [*13.01.1869] [~22.01.1869]
4.Amélia [*13.06.1863] [~24.06.1863]
5.Joaquim [*??.09.1868] [~15.09.1868]
6.Benedito [*19.10.1871] [~19.12.1871]





03 de setembro


É desta data portaria:



"Nomeando sob proposta do Dr. chefe de polícia para o cargo de subdelegado do distrito da Várzea Alegre ao cidadão Antônio Gonçalves de Araújo, ficando exonerado daquele lugar, a bem do serviço publico, o cidadão que o exercia."
[Pedro II, nº. 209, 12 set. 1861, p. 2]

Dito cidadão Antônio Gonçalves de Araújo era genitor do "escritor analfabeto" Pedro Tenente.



1862

17 de julho


É desta data uma nota de obituário colérico da província cearense dando conta de 210 vítimas em terras varzealegrenses.
[Pedro II, nº. 164, 17 jul. 1862, p. 2]

15 de novembro




Transcrição da reunião da Assembléia Provincial cearense registra a fala do Sr. Theodulpho, onde declara que:


"A freguesia de Lavras é povoada por 27 a 28 mil almas, nela existem além de outras, uma importante capela na povoação da Várzea Alegre, povoação que oferece vantagens consideráveis não só para merecer a categoria de vila, como ser elevada a matriz.

Foi dirigida ao Prelado Diocesano uma petição dos habitantes daquela povoação pedindo a criação de uma freguesia, criação tanto mais necessária e conveniente, quando não oferece dificuldade alguma, por isso que se limitava a separar-se da freguesia de Lavras, o território necessário, compreendendo doze mil almas, e ficando a de Lavras com 16 mil sem ofender outras freguesias limítrofes: o Diocesano ouvindo informações sérias com relação a freguesia de Lavras e a de uma outra freguesia na Boa Vista, e em outros lugares, sempre respondeu que não podia assentir visto como esperava pôr-se a par das necessidades, para então poder resolver satisfatória e conscienciosamente."
[Pedro II, nº. 265, 19 nov. 1862, p. 2]


1863


30 de novembro

A resolução provincial n. 1076 de 30 de novembro de 1863, criando esta freguesia [de Várzea Alegre, com 11 eleitores], reduziu a de Lavras ao número de 34 eleitores.
1   Tenente-coronel Thomaz Duarte de Aquino.
2   Capitão Francisco Félix de Araujo.
3   Tenente Antônio Gonçalves de Araujo.
4   Tenente Pedro Vieira da Costa.
5   Joaquim Félix de Araújo.
6   João Caetano Vieira.
7   João Antônio de Moura Sucupira.
8   Antônio Guedes da Silva.
9   Antônio da Costa Vieira.
10  Antônio Francisco Pinto de Mendonça.
11  Roberto Correia Lima.

SUPLENTES
1   Camilo Gomes Vieira.
2   João Paulo Correia.
3   Manoel de Souza Lima.
4   José Alves Diniz.
5   José Felipe de Souza.
6   Vicente Ferreira de Morais.
7   Manoel Duarte de Oliveira Tércio.
8   Manoel Fernandes Barbosa.
9   Manoel Antônio Duarte.
10  Manoel Vieira da Costa.
11  Gabriel de Morais Rego.

[Almanak da Província do Ceará (CE) – 1873, p. 349]

1865

27 de abril


O presidente da província, sobre proposta do Dr. chefe de polícia em ofício de 27 do corrente [abril de 1865], sob no. 306, demite dos cargos de 1º e 2º suplentes do subdelegado de polícia do distrito da Várzea Alegre, do termo de Lavras, os cidadãos Francisco Teles de Araújo e Liberato Alves de Oliveira, e nomeia para substituir ao 1º Antônio da Costa Siebra e ao 2º Pedro Alves de Lima Roldão: o que se comunicará a quem competir.

[O Cearense, nº. 43, 16 mai. 1865, p. 1]

1870

09 de setembro

A Assembléia Legislativa Provincial do Ceará resolve:

Art. 1°. Fica elevada a categoria de vila a povoação de Várzea Alegre, tendo por limites do respectivo termo os mesmos da freguesia.

Art. 2º. Haverá um escrivão do crime, cível, órfãos e mais anexos no mencionado termo.

Revogam-se as disposições em contrario.
[Pedro II, nº. 193, 14 set. 1870, p. 3]

1871

09 de setembro

Publicada resolução provincial:

“Nº. 1.422 da mesma data [09.09.1871] marcando os limites do município de Várzea Alegre, que serão os seguintes:  partindo da Aba da Serra, da casa do finado Lourenço da Costa Lima, onde sempre confinou com a freguesia de Lavras, pela estrada que segue para a cidade de Icó, conservem não só as primitivas divisões, como também compreendam os sítios Baixio, Olho d’Água, Gangorra, Mulungu e Marrecas, sendo que este último sempre foi a linha divisória entre a primeira freguesia e a do Icó”.
[O Cearense, nº. 109, 22 set. 1871, p. 1]

15 de novembro

Foi exonerado do cargo de subdelegado de polícia de Várzea Alegre Antônio Francisco Pinto de Mendonça e nomeado para substituí-lo Primo Correia Lima.
[O Cearense, nº. 132, 15 nov. 1871, p. 1]


1872


02 de fevereiro

Foi exonerado do cargo de subdelegado de polícia de Várzea Alegre Antônio Francisco Pinto de Mendonça e nomeado para substituí-lo Primo Correia Lima.
[O Cearense, nº. 10, 02 fev. 1872, p. 2]

28 de maio

Dos mais sangrendos o clima que circundava o nascente município de Várzea Alegre. Em matéria publicada nesta data dá-se conta dos crimes seguintes:

1  Na Serra Nova Manoel Joaquim assassinou a Luiz Bernardo.
2  No lugar Mundo Novo Luiz Carlos assassinou a Pedro Inácio.
3  Na Serra dos Cavalos Raymundo Correia e seu filho João Raymundo assassinaram ao inspetor de quarteirão Raymundo José.
4  Na povoação da Venda Manoel Antônio Mendes assassinou a João de tal.
5  No sítio S. Vicente um tal Régio assassinou a Antonio de tal.
6  Na Venda Maria Alexandrina assassinou o próprio filho.
7  No Umary Paulino José de Castro tentou assassinar ao padre Claudino.
8  Vicente Garra tentara assassinar a Francisco Pedro.
9  No sítio Pimentas Antônio Vicente espancou barbaramente a Maria Cidreira e cortou-lhe os cabelos.
10  Caetano Patrício Barbosa e outros espancaram a Vicente Reinaldo.
11 No sítio Junco João Antônio Ferrer espancou a Ana Teresa de Jesus.
12 No lugar Lages Joaquim Pereira espancou a viúva Maria Joaquina.
13 Joaquim Bandeira, no Tabuleiro da Cruz, espancou gravemente a Ana Joaquina.
14 No Tabuleiro Alegre Marcos de tal espancou mortalmente a Pedro Antônio Ribeiro.
15 Antônio Pelado e outros espancaram a uma patrulha que fazia a ronda.
16 No sítio Unha de Gato Fidélis Moreira da Silva espancou a sua enteada de nome Cândida.
17 Alexandre Pinto, na Venda, deu uma punhalada no subdelegado.
18 Na Canabrava José Furtado de Lacerda surrara ao oficial de justiça João Manoel Cavalcante.
19 Na Venda Pedro Gonçalves espancou a Pedro Brito.
20 21 No Juazeiro Antônio da Silva surrara a seu cunhado Manoel da Silva e este por sua vez espancou aquele.
22 No sítio Roça Velha Francisco Palhano e Cesário Batista esfaquearam a João Correia Lima.
23 Vicente Ferreira esfaqueou ao liberto Alexandre.
24 O coletor provincial Bemvenuto Boa Ventura Bastos, foi agredido em sua casa sofrendo uma formidável cacetada.
25 No lugar Acauã José Eleutério e seus filhos esbordoaram gravemente a José Pereira de Queiroz e filhos.
26 No sítio Emas foi barbaramente espancado João de tal.
27 Na povoação de S. Caetano um filho de T?? deu uma facada em José Antônio Marques da Silva Guimarães.
28 No Cedro, Bernardino Correia Lima espancou barbaramente a seu irmão Teotônio Correia Lima.
29 No Saco dos Bois Agostinho de tal esfaqueou a sua cunhada Eugênia.
30 No Trapiá Henrique de tal esfaqueou a um seu morador.
31 José da Silva espancara e ferira a Joana Maria da Conceição.
32 Vicente Parnaíba furtou de pastos de criar 2 rezes.
33 João Antônio Linhares passou e fabricou cédulas falsas.
34 Norberto Félix de Sousa passou notas falsas na povoação de Várzea Alegre. Preso, o criminoso foi solto pelo subdelegado.
35 Sebastião Correia Lima na Várzea Alegre tomou à força bruta do poder de uma escolta um preso.
36 Na Venda Abel Pedro de Alcântara tomou do poder do subdelegado o preso Alexandre Pinto.
Este o estado de terror que grassava aquele, outrora, infame território.
[O Cearense, nº. 43, 28 mai. 1872, p. 2]

1873

25 de dezembro

No dia 25 de dezembro último, na vila de Várzea Alegre, em pleno dia, Francisco Gonçalves assassinou com uma facada à Francisco Braço Forte.
[O Cearense, nº. 10, 1º fev. 1874, p. 2]

1874

16 de julho

Foi nomeado para o cargo de juiz municipal e órfãos dos termos reunidos de Lavras e Várzea Alegre, o bacharel Joaquim de Andrade Fortuna Pessoa.
[O Cearense, nº. 57, 16 jul. 1874, p. 3]

1875

17 de junho

Em Várzea Alegre Alexandre José dos Anjos e Luís José dos Anjos assassinaram com 5 facadas a Antônio Nogueira dos Santos.
[O Cearense, nº. 47, 17 jun. 1875, p. 2]


11 de julho

“No dia 11, no pequeno povoado do Junco, termo de Várzea Alegre, o delegado de polícia, o sargento Delfino Carlos Mourão e outros, andavam entre o povo com alguns policiais a tomar facas e cacetes. O sargento indo ter-se com uns tais Machados um deles atirou-lhe uma pedra na nuca que o prostou sem sentidos e acha-se gravemente doente. E agora porque? Porque o sargento queria tomar um chicote que tinha cabo de pau.
Os crimes aqui se reproduzem de um modo espantoso.”
[O Cearense, nº. 60, 1º ago. 1875, p. 3]

1877

30 de setembro


Foi exonerado Tibúrcio de Morais Rego do cargo de delegado de Várzea Alegre e nomeado para substituí-lo Vicente Ferreira de Morais.

[O Cearense, nº. 83, 30 set. 1877, p. 2]

1881

25 de dezembro


Na vila de Várzea Alegre a 25 do mesmo mês [dezembro], Manoel Carlos deu uma cacetada em José de tal, conhecido por José Goteira.
Não foi preso o delinquente.
Na mesma vila e no mesmo dia, o soldado José Tomás Saldanha, ali destacado, deu uma tijolada em Aristides Alves Bezerra, sendo preso o delinquente.

[O Cearense, nº. 13, 17 jan. 1882, p. 1]

1887

27 de junho

Em data supra referida foi exonerado do cargo de subdelegado de polícia do distrito de S. Caetano do termo de Várzea Alegre João de Holanda Cavalcante. Nomeado em seu lugar o alferes José da Costa Vilar Filho.
[Pedro II, nº. 53, 03 jul. 1887, p. 1]

1889

03 de janeiro

Em carta endereçada ao Bispo os paroquianos varzealegrenses queixam-se sobre o Pe. Joaquim Manoel de Sampaio, e citando caso anterior ocorrido na freguesia de Milagres pedem seu afastamento.


"Continua o vigário Joaquim Manoel de Sampaio a afastar-se cada vez mais do caminho que devia trilhar como sacerdote, e sacerdote encarregado de promover o bem das almas dos fiéis de uma paróquia.
Não somos inimigos de padres, Exm. Sr. Bispo.
Conhecemos alguns que, infelizmente, são o terror das famílias e vivem entregues a todos os vícios, especialmente ao da embriaguez, e que não ocultam, pelo contrário ostentam o seu ódio à moralidade e aos bons costumes.
Conhecemos outros que, acobertados com a capa da hipocrisia, querem ser tidos na conta de virtuosos, quando são mais perigosos do que aqueles, pois se pode evitar-se muito bem a mordedura de um cão danado, é difícil evitar-se a de um que morde de furto.
Lastimamos, porém, que isso se dê e, se estivesse em nossas mãos, a igreja católica, a quem temos por mãe, não seria obrigada tantas vezes a envergonhar-se das misérias de alguns dos seus ministros.
O vigário Joaquim não é um homem perdido, como muita gente talvez suponha; mas é incapaz de exercer o cargo de que se acha investido.
Completamente falto de bom senso, e amante da paraty, não liga aos deveres de seu cargo a devida importância, e ei-lo a descompor e a injuriar aos seus paroquianos, ora de púlpito, ora pelas colunas de jornais, obrigando a muitos a afastarem-se da igreja e a pedirem a S. Exc. que os livre de tamanha praga, como já pediu e felizmente obteve o povo da freguesia de Milagres, onde o vigário Joaquim chegou ao ponto de excomungar do púlpito ao juiz de direito d’aquela comarca, Dr. Barros, como afirmou o Dr. Cartaxo em artigos publicados no Cearense.
Não somos inimigos de padres, Exm. Sr. Bispo, repetimo-lo, e a prova é que até hoje temos tratado com a maior consideração a todos os padres que tem estado n'esta freguesia.
NAo somos inimigos de padres, mas não podemos ser amigos do vigário Joaquim, que não o quiz, ser nosso, e que está incompatibilizado conosco.
E como nada nos contriste mais do que sermos obrigados a fugir da igreja, por sabermos que em lugar do um bom pastor iremos encontrar lá um inimigo, pedimos a S. Exc., pelo amor de Deus e da nossa santa religião, que nos dê um vigário que tenha juízo, porque o que o tiver saberá cumprir os seus deveres e conseguintemente conquistará o respeito e a amizade de todos os seus


Paroquianos.

Várzea Alegre, 3 de Janeiro do 1889."

[Pedro II, nº. 14, 1º. fev. 1889, p. 2]

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